Sobre

PEIXE-BOI DA AMAZÔNIA

 

O INPA e os Peixes-bois

O INPA possui o melhor centro de reabilitação de peixe-boi amazônicos do país, referência no Brasil em reprodução, recuperação e reintrodução destes animais na natureza. 

Isso só é possível devido aos anos de pesquisas da espécie em cativeiro, que resultou em um protocolo bem sucedido de reintrodução dos animais na natureza. 

 Nos últimos oito anos (2013-2020) foram reintroduzidos 31 peixes-bois da Amazônia, soltos com sucesso numa Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas - a RDS Piagaçu Purus. 

Este reconhecimento faz com que o centro de reabilitação do INPA seja procurado por outros centros do país, e pelos órgãos ambientais para orientar a recuperação dos animais para posterior devolução ao ambiente natural. 

A reintrodução de peixes-bois na natureza

A procedência dos peixes-bois cativos é quase que na totalidade, filhotes órfãos que chegam ao INPA por apreensões realizadas pelos órgãos de fiscalização ambiental. Infelizmente, apesar de ameaçados e protegidos por lei, estes animais continuam sendo caçados e muitas vezes, até que o animal, filhote ou não, chegue ao nosso centro de reabilitação, ele sofre maus tratos, pode ser ferido, e sofrer subnutrição, desidratação ou mutilações. Assim, nem todo peixe-boi reabilitado é apto a voltar a viver na natureza. Isso fez com que, ao longo dos anos, houvesse um acúmulo de animais em cativeiro, que precisam ser abrigados em lagos e tanques em condições que lhes ofereçam segurança para uma vida feliz.

O tempo de cuidado de um filhote saudável (mas órfão), até que ele esteja apto a uma reintrodução, é de cerca de 3-4 anos. Somente após este tempo ele terá chances de se adaptar à vida livre nos rios e lagos amazônicos. E mesmo isso, exige uma fase de vários meses de semi-cativeiro, em lagos de aclimatação à vida nos rios, aprendendo a sobreviver sozinho, se alimentar com as plantas nativas, e conhecer melhor o ambiente natural, até que esteja pronto para a soltura. Todo o processo é lento, demanda muito cuidado por parte de cuidadores, e custa caro.

A boa notícia é que, com as décadas de estudos, podemos hoje afirmar que é possível reintroduzir peixes-bois na natureza com sucesso.  

 

A grande cheia de 2021 

Em 2020, antes da pandemia, pelo menos 12 animais já estavam sendo preparados para a soltura, mas planos tiveram que ser adiados até que as condições da pandemia de COVID-19 assim o permitissem. Como todos sabem, Manaus foi um dos epicentros mundiais da tragédia em números de morte nesta pandemia. Para tornar as coisas mais difíceis, 2021 está passando por uma cheia histórica dos rios, que já superou o maior nível medido nos últimos 120 anos: 29,98m. Com isso, os lagos artificiais onde o grupo de peixes bois estava aguardando a transferência para a RDS Piagaçu Purus, foi inundado, e emendou com o canal principal do Rio Solimões. Os animais estiveram á beira de serem soltos num local de muito risco para sua sobrevivência, tanto pelo intenso tráfego de barcos, a proximidade com grandes centros urbanos e a ausência dos mecanismos de proteção que a unidade de conservação propicia. Para evitar isso, os animais foram trazidos de volta para o criadouro do INPA, em Manaus.

Com esta remoção emergencial, para evitar que os animais se soltassem dos lagos onde estavam em processo de aclimatação, agora temos um sério problema de superlotação dos recintos já sobrecarregados do centro de reabilitação do INPA. E os problemas não param aí....

 

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